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Arquitetos: Boldarini Arquitetos Associados
- Área: 283000 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Marcos Boldarini
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Fabricantes: De Lazzari MU, Montinox, Neorex, Petrofontes, Tecnowatt Iluminação
Descrição enviada pela equipe de projeto. Ilha Comprida ocupa uma estreita faixa de areia com aproximadamente 72 km de extensão por 3 km de largura e apresenta a peculiaridade de ter 100% de seu território incluído em APA. Sendo assim, o projeto de requalificação de sua orla marítima busca a organização e a dinamização das atividades beira-mar, com objetivos que vão além dessa frente marítima e do turismo de veraneio. Como o município tem o importante papel ambiental de funcionar como um quebra-mar, protegendo a porção continental das influências de ventos e mares, é fundamental preservar suas dunas, responsáveis por receber os ventos e proteger a porção imediatamente posterior do efeito desses agentes costeiros.
O projeto de requalificação da orla de Ilha Comprida configura-se, assim, como um projeto piloto de transformação desta frente marítima. Lança mão de estratégias de que contemplam as condições naturais e as necessidades de moradores e visitantes, provendo estruturas que interferem positivamente na dinâmica de fluxos naturais, ao mesmo tempo que orientam o uso e a visitação neste espaço que é público por excelência.
O parcelamento do solo na região central do município caracteriza-se por uma malha ortogonal com quadras de 50 m de largura, configurando uma série de vias perpendiculares à praia que conduzem à Av. Beira-Mar um alto número de usuários, onde os serviços, voltados principalmente para o turismo de verão, se posicionam de forma desorganizada criando uma série de conflitos pedestres – veículos – ciclistas – vendedores – quiosques – estruturas temporárias, além dos conflitos ambientais já citados.
O projeto parte da ordenação desses usos beira-mar a partir dos pontos de parada do transporte público, tomado como elemento mediador entre a praia – ambiente natural – e a ocupação urbana – ambiente construído. Pretende-se uma transformação urbana a partir da questão pública do transporte coletivo, o que permite uma apropriação verdadeiramente democrática do espaço desenhado.